Os aspectos culturais na educação há muito tempo têm sido estudados por pesquisadores da Educação e da Interação Humano-Computador. Softwares educacionais podem contribuir com os processos de ensino e de aprendizagem na escola. Porém, o contexto cultural do designer (ou projetista) é algo que envolve a produção dos softwares educacionais. Desse modo, as interfaces dos softwares educacionais são produtos intelectuais e culturais do designer, ela possui os signos, a ideologia e a visão de mundo de quem a projetou. Durante a interação o usuário utiliza dos seus conhecimentos prévios formados sócio-culturalmente para interpretar os signos dispostos na interface. As diferenças culturais entre o designer e o usuário podem impactar na interação dos usuários (professores e estudantes) com o software educacional. Esta pesquisa teve o objetivo de compreender como o processo de design de interação de uma tecnologia educacional digital pode considerar aspectos culturais de um ambiente escolar. Por meio de uma pesquisa-ação foi desenvolvido e experimentado um framework semioparticipativo para o design de interação, chamado de SPIDe, baseado na Engenharia Semiótica e no Design Participativo. A partir dos resultados da avaliação do SPIDe em uso, foi possível compreender como um processo de redesign de interação no domínio educacional pode considerar aspectos culturais dos sujeitos envolvidos.

 

J. C. S. Rosa. 2016. Design de Interação Multicultural: um framework semioparticipativo para o (re)design de interação de softwares educacionais. (Dissertação - Mestrado em Ciência da Computação) Universidade Federal da Bahia.