Destaque
Desliga
Ano de Publicação
2017

A Constituição Brasileira e a Lei nº. 12.587 de 3 de janeiro de 2012 garantem o direito de ir e vir com autonomia e liberdade para todo indivíduo em território nacional. Mas nem sempre a realidade urbana permite acessibilidade para todos. Apesar da premissa de que todos devem ter acesso equânime, a exclusão por ausência ou insuficiência de acessibilidade dos diversos espaços se reflete nas tecnologias, inclusive nos jogos eletrônicos. Embora existam alguns estudos sobre acessibilidade em jogos digitais, quase não há personagens deficientes ou que apresentem necessidades de acessibilidade específicas, sobretudo protagonistas, nesses jogos. Também quase não há jogos voltados à conscientização sobre mobilidade, planejamento e acessibilidade urbana. Nesse sentido, este artigo descreve o design de um serious game relacionado à mobilidade e à acessibilidade urbana, em que diferentes personagens, com e sem deficiências, enfrentam dificuldades cotidianas de interação com/na própria cidade. Para este propósito realizou-se um levantamento bibliográfico referente à serious games que retratam acessibilidade urbana e algumas sessões de brainstorm com o intuito de originar ideias para a mecânica do jogo. Utilizou-se também técnicas de design participativo, de modo que pessoas com deficiência participassem da concepção do game design. Ao longo deste artigo são descritas as tecnologias assistivas mais comuns no ambiente urbano (piso tátil, rampas, placas braille, elevadores) para fornecer no jogo um conhecimento das suas funcionalidades. Além disso, o design projetado mostra que a acessibilidade não se refere apenas às necessidades de pessoas com deficiência, mas às necessidades gerais, cujas soluções favorecem também pessoas com a mais ampla gama de características físicas e funcionais. Por fim, espera-se com este jogo contribuir para sensibilização e conscientização dos cidadãos sobre o conceito e a importância da acessibilidade e mobilidade urbana para todos.

Referência
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